Um programa feminista
Por uma cidade para as mulheres
No último período as mulheres estiveram à frente da polarização política contra governos autoritários em todo mundo. No Brasil, fomos nós que lideramos a luta contra Bolsonaro, nos atos do #EleNão e no 8 de março que se seguiu. Somos nós também que conseguimos mais avançar na construção de projetos sobre o que queremos para nossas cidades, cidades nas quais as vidas das mulheres sejam valorizadas. Hoje vivemos uma pandemia e uma intensa crise econômica, diante das quais governantes como Bolsonaro e Witzel priorizam a manutenção de seus privilégios e o enriquecimento de empresas multinacionais à vida das trabalhadoras de nosso país.
Fomos nós mulheres que durante a crise do coronavírus estivemos nas linhas de frente de enfrentamento à pandemia, como a maior parte das profissionais de saúde. Nosso presidente no entanto se recusou a tomar qualquer medida efetiva, fazendo com que chegássemos a mais de 140 mil mortes. Em meio a essa situação de calamidade, vemos o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sofrer processo de impeachment por desviar dinheiro da saúde. Na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Crivella ainda organizou a guarda municipal, com dinheiro público, para ameaçar cidadãos que denunciavam a precarização dos serviços públicos de saúde. Foi a existência do SUS e das trabalhadoras que lutam por sua existência o que salvou nosso país de ainda mais mortes.
Caso isso não fosse suficiente, a necessidade de construirmos um projeto político encabeçado pelas feministas se torna ainda mais evidente quando falamos da crise econômica. Durante a crise do COVID-19, Bolsonaro e Guedes se recusaram a acabar com o teto de gastos, o que impossibilitou o investimento necessário na saúde, um auxílio emergencial digno para que a maioria dos trabalhadores pudesse exercer o isolamento social, em programas que evitassem a falência dos pequenos negócios e a manutenção dos postos de trabalho existentes. Assim, vemos índices altíssimos de desemprego e dificuldades enormes para aquelas que trabalham na informalidade – em sua maioria mulheres. Essas dificuldades são intensificadas pela subida no preço dos alimentos básicos. Tudo isso, coloca ainda uma sobrecarga imensa para nós mulheres, responsabilizadas pelo cuidado das nossas famílias. A solução de Guedes e Bolsonaro é uma reforma administrativa que tira dos servidores públicos que ganham menos, sem mexer nos privilégios do alto escalão ou dos verdadeiros ricos do país.
As mulheres também viveram uma segunda pandemia no último ano, com aumento em 50% dos casos de violência doméstica no Rio de Janeiro. Sabemos que a violência já era, infelizmente, um cotidiano para muitas mulheres. Somos constantemente assediadas nas ruas, nos transportes públicos e muitas vezes em nossos trabalhos. A violência sexual também é uma realidade para muitas de nós, muitas vezes muito novas. No entanto, existem pouquíssimas medidas efetivas de combate à essas violências e a rede de acolhimento às vítimas vem sendo precarizada.
No Brasil, a cultura machista, construída pelo capitalismo patriarcal, mas também pela nossa herança escravocrata continua fazendo, ainda hoje, com que tenhamos altos índices de desigualdades e violências contra as mulheres. Num país onde todos os dias centenas de mulheres são alvo de violência, a culpabilização das vítimas ainda persiste em muitos casos, o aborto legal em decorrência de violência corre perigo, e a cultura do estupro segue sendo perpetrata, inclusive por nossos governantes.
O PSOL tem sido uma ferramenta importantíssima para a luta das mulheres diante desse cenário, sempre presente nas ruas e com uma bancada feminista aguerrida nacionalmente, no estado do Rio de Janeiro e agora cada vez mais em nossas cidades. Precisamos nos organizar contra o projeto patriarcal e privatista que se acelera no Brasil construindo uma alternativa feminista.
A polarização colocada na sociedade, hoje, passa centralmente pela defesa (e pelo ataque) dos direitos das mulheres. De um lado temos a escalada de um neofascismo, com sua velha misoginia, mas servindo a novos propósitos. De outro, estão as mulheres em seus mais diversos movimentos e cidades, que lutam por dignidade e direitos, e que gritam alto ELE NÃO.
O que está em risco é a possibilidade domesticar-nos a seus propósitos, jogar sobre os nossos ombros a precarização dos serviços públicos, o colapso do SUS, e desinvestimento na educação pública e o desmonte da previdência. Somos nós que seguramos, em casa, as crianças sem escola, os doentes sem hospital, os idosos sem amparo. Somos nós que, inclusive, e sobretudo, nos momentos de pandemia e crise econômica, nos desdobramos para garantir a sobrevivência da família e a manutenção da comida na mesa e a organização da casa, das nossas casas, de forma privada e gratuita, para uma grande quantidade de mulheres, também nas casas de outras pessoas, a partir do trabalho como domésticas, geralmente precarizado e enegrecido.
O reforço da família, em meio a essa conjuntura, cai como uma luva, para, a partir dos braços das mulheres, garantir a vida da classe trabalhadora enquanto o Estado capitalista se desresponsabiliza pela mesma. O reforço de um tipo específico de família – uma família patriarcal, hierárquica, conservadora, baseada na submissão da mulher e dos filhos a uma autoridade masculina, é também estimulada, se coadunando com a naturalização do fechamento democratico e a escalada autoritária na política.
Nesse cenário, a violência contra as mulheres se expressam das mais diversas formas. Somos mulheres diversas em nossas cores, locais de moradia, sexualidade, identidades, história de vida e outros e uma das formas pelas quais a violência de gênero se expressa é na ausência de equidade. Em geral, estudamos mais, ganhamos menos, trabalhamos muito em casa e estamos bastante sub-representadas na política.
Mudar essa realidade é urgente. É por isso que em cada cidade, cada vez mais mulheres se organizam em coletivos junto a outras mulheres, cada vez mais mulheres se propõem a brigar por seu lugar junto aos espaços de decisão coletivos e representação política. As mulheres do PSOL são algumas delas.
Por uma cidade para as mulheres
No último período as mulheres estiveram à frente da polarização política contra governos autoritários em todo mundo. No Brasil, fomos nós que lideramos a luta contra Bolsonaro, nos atos do #EleNão e no 8 de março que se seguiu. Somos nós também que conseguimos mais avançar na construção de projetos sobre o que queremos para nossas cidades, cidades nas quais as vidas das mulheres sejam valorizadas. Hoje vivemos uma pandemia e uma intensa crise econômica, diante das quais governantes como Bolsonaro e Witzel priorizam a manutenção de seus privilégios e o enriquecimento de empresas multinacionais à vida das trabalhadoras de nosso país.
Fomos nós mulheres que durante a crise do coronavírus estivemos nas linhas de frente de enfrentamento à pandemia, como a maior parte das profissionais de saúde. Nosso presidente no entanto se recusou a tomar qualquer medida efetiva, fazendo com que chegássemos a mais de 140 mil mortes. Em meio a essa situação de calamidade, vemos o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sofrer processo de impeachment por desviar dinheiro da saúde. Na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Crivella ainda organizou a guarda municipal, com dinheiro público, para ameaçar cidadãos que denunciavam a precarização dos serviços públicos de saúde. Foi a existência do SUS e das trabalhadoras que lutam por sua existência o que salvou nosso país de ainda mais mortes.
Caso isso não fosse suficiente, a necessidade de construirmos um projeto político encabeçado pelas feministas se torna ainda mais evidente quando falamos da crise econômica. Durante a crise do COVID-19, Bolsonaro e Guedes se recusaram a acabar com o teto de gastos, o que impossibilitou o investimento necessário na saúde, um auxílio emergencial digno para que a maioria dos trabalhadores pudesse exercer o isolamento social, em programas que evitassem a falência dos pequenos negócios e a manutenção dos postos de trabalho existentes. Assim, vemos índices altíssimos de desemprego e dificuldades enormes para aquelas que trabalham na informalidade – em sua maioria mulheres. Essas dificuldades são intensificadas pela subida no preço dos alimentos básicos. Tudo isso, coloca ainda uma sobrecarga imensa para nós mulheres, responsabilizadas pelo cuidado das nossas famílias. A solução de Guedes e Bolsonaro é uma reforma administrativa que tira dos servidores públicos que ganham menos, sem mexer nos privilégios do alto escalão ou dos verdadeiros ricos do país.
As mulheres também viveram uma segunda pandemia no último ano, com aumento em 50% dos casos de violência doméstica no Rio de Janeiro. Sabemos que a violência já era, infelizmente, um cotidiano para muitas mulheres. Somos constantemente assediadas nas ruas, nos transportes públicos e muitas vezes em nossos trabalhos. A violência sexual também é uma realidade para muitas de nós, muitas vezes muito novas. No entanto, existem pouquíssimas medidas efetivas de combate à essas violências e a rede de acolhimento às vítimas vem sendo precarizada.
No Brasil, a cultura machista, construída pelo capitalismo patriarcal, mas também pela nossa herança escravocrata continua fazendo, ainda hoje, com que tenhamos altos índices de desigualdades e violências contra as mulheres. Num país onde todos os dias centenas de mulheres são alvo de violência, a culpabilização das vítimas ainda persiste em muitos casos, o aborto legal em decorrência de violência corre perigo, e a cultura do estupro segue sendo perpetrata, inclusive por nossos governantes.
O PSOL tem sido uma ferramenta importantíssima para a luta das mulheres diante desse cenário, sempre presente nas ruas e com uma bancada feminista aguerrida nacionalmente, no estado do Rio de Janeiro e agora cada vez mais em nossas cidades. Precisamos nos organizar contra o projeto patriarcal e privatista que se acelera no Brasil construindo uma alternativa feminista.
A polarização colocada na sociedade, hoje, passa centralmente pela defesa (e pelo ataque) dos direitos das mulheres. De um lado temos a escalada de um neofascismo, com sua velha misoginia, mas servindo a novos propósitos. De outro, estão as mulheres em seus mais diversos movimentos e cidades, que lutam por dignidade e direitos, e que gritam alto ELE NÃO.
O que está em risco é a possibilidade domesticar-nos a seus propósitos, jogar sobre os nossos ombros a precarização dos serviços públicos, o colapso do SUS, e desinvestimento na educação pública e o desmonte da previdência. Somos nós que seguramos, em casa, as crianças sem escola, os doentes sem hospital, os idosos sem amparo. Somos nós que, inclusive, e sobretudo, nos momentos de pandemia e crise econômica, nos desdobramos para garantir a sobrevivência da família e a manutenção da comida na mesa e a organização da casa, das nossas casas, de forma privada e gratuita, para uma grande quantidade de mulheres, também nas casas de outras pessoas, a partir do trabalho como domésticas, geralmente precarizado e enegrecido.
O reforço da família, em meio a essa conjuntura, cai como uma luva, para, a partir dos braços das mulheres, garantir a vida da classe trabalhadora enquanto o Estado capitalista se desresponsabiliza pela mesma. O reforço de um tipo específico de família – uma família patriarcal, hierárquica, conservadora, baseada na submissão da mulher e dos filhos a uma autoridade masculina, é também estimulada, se coadunando com a naturalização do fechamento democratico e a escalada autoritária na política.
Nesse cenário, a violência contra as mulheres se expressam das mais diversas formas. Somos mulheres diversas em nossas cores, locais de moradia, sexualidade, identidades, história de vida e outros e uma das formas pelas quais a violência de gênero se expressa é na ausência de equidade. Em geral, estudamos mais, ganhamos menos, trabalhamos muito em casa e estamos bastante sub-representadas na política.
Mudar essa realidade é urgente. É por isso que em cada cidade, cada vez mais mulheres se organizam em coletivos junto a outras mulheres, cada vez mais mulheres se propõem a brigar por seu lugar junto aos espaços de decisão coletivos e representação política. As mulheres do PSOL são algumas delas.